Dar movimento à palavra; fazê-la dançar; "(...)sintonia com a própria linguagem, seguindo o caminho que ela mesma gostaria de seguir.(..)"; fazer o verso saltar; o sentido rodopiar; explorar os limites do corpo; aquecer-alongar-ensaiar-apresentar; elasticidade da escrita; contorcionismo da língua; coreografar palavra; coreopalavra;
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Faz de conta que foi assim
Fotografia: Evgen Bavcar
Pra poupar a doçura da voz
com o olhar me perguntou:
como se escreve o nome?
como se escreve?
Os olhos ardiam de desejar
dizer não podiam se a fala vazou
vazios perdidos ficaram
vagar.
À procura deles minha mão tateou...
Não encontrou.
Encontrou a lágrima que dos olhos
caiu.
Como fosse uma pérola a palma
amparou. E era uma pérola, e era
palavra.
A palavra antes presa nos olhos vermelhos
Pérola que a ostra não deixava sair.
Bolinha cintilou muito forte, não aguentou
ficar presa ao cordão.
Luzinha criou asas e fugiu da minha mão
Escapou num desespero profundo
Meus olhinhos...
grandes o bastante pra comprender que
aqueles podem dizer muito,
mas não eu.
Minha mão não conteve
a lágrima por muito tempo.
Não posso esconder a pérola no bolso.
Posso? Não posso.
Vagaluminho do mato,
saia já daí,
não se esconda
que este mundo precisa de ti.
Ande, bichinho
espalhe teu mel.
Voa, todo charme, distração
Vai que fico com a azaléia,
sem cheiro de flor,
mas com perfume,
que você deixou.
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