sexta-feira, 20 de abril de 2012

sedimentos do sentimento


sedimentos do sentimento

escondo a poeira debaixo
do tapete,
fecho as janelas pra
conter o vento,
fecho os olhos pra ouvir
uma sinfonia, e
encortino o mundo.

a janela se abre de súbito,
sacode o tapete e
dispersa a poeira escondida.
o vento  tem voz grave:
é uivo que atormenta.
um sopro me desfaz;
meus vestígios se integram
à poeira suspensa.

há um silêncio depois de
toda tempestade.

a poeira abaixou;
é preciso soprá-la outra vez.

Nenhum comentário:

Postar um comentário